terça-feira, 16 de novembro de 2010

Amargura...























Quando acordei hoje
Ainda nos braços do sono...
Vesti-me distraída
Com a estranha sensação
Que era uma versão de ontem

Aquelas lágrimas que voce,
sem emoção...
Fez cair do meu olhar...
Ainda queimam meu rosto!

A decepção cruel de acreditar
Num amor que não existía.
Coração está despedaçado!...
Resumindo...
Hoje novamente me vesti
de amarguras.

Maria Bonfá
16/11/10

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Saudade...

























Estás tão longe de mim!...
Paira em meu rosto
Um sorriso amargurado
enquanto
Olho a felicidade tão distante

E a vejo fantasiada
Fazendo peripécias
Parece estar rindo de mim
Finjo indiferença
Mas morro por dentro

Vestis-tes de silêncios...
Leio-te nas entrelinhas
E nas suas reticências.
Só vejo o frio do seu desamor.

Sinto saudade!...
Do que fui para ti.
Tenho saudade de nós.
E me calo.
E teu silencio grita!
E doi!...

Maria Bonfá
12/11/10

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Faz de conta...























Lá estava ela de novo, na sua posição preferida.
Toda enrodilhada como se fosse um feto.
Sempre gostara de ficar assim, cabia em qualquer poltrona.
Ela mesma se perguntava o porquê daquela preferência!
E vivia a imaginar!
Como seria voltar ao útero de sua mãe?
Viveria lá aconchegada, protegida.
Nada ia lhe atingir. Sorriu de seu pensamento.
Que idéia absurda.
Começou a se lembrar de seu tempo de criança.
Fora tão feliz!
Recordava-se sempre com saudade
do seu mundo de faz de conta .
Sempre fora solitária,
estava sempre sozinha a correr pelos barrancos dos rios.
Ou sentada num galho de arvore bem alto.
Um dia era uma grande bailarina.
Em outro era uma linda fada...
Mas o que mais gostava de ser,
Era a princesa esperando seu príncipe chegar.
A gata borralheira que iria ao baile com o príncipe dançar.
Sonhava tanto que seu mundo de faz de conta
misturou-se a ponto de não mais distinguir,
qual era o real.
Mas a menina cresceu, e
descobriu que ela era somente a abóbora
que levaria a princesa ao baile.
Tudo foi diferente.
O príncipe virou sapo,
não a cortejou nem a levou ao baile.
Tornou-se a empregada que limpava chão o dia todo.
Nem de seu próprio lar ela foi a rainha.
Pensa nisso tudo, ainda enrodilhada.
Uma lágrima furtiva escapa.
Enxuga rapidamente.
Nem todas nascem para serem princesas.
Cada qual com seu destino, sua história.
Suspira profundamente, espreguiça-se sem vontade,
com o rosto impassível,
onde só os olhos contem uma centelha de vida,
e vai seu dia viver.
Afinal,  uma verdadeira gata borralheira
que se preze tem deveres a cumprir.


Maria Bonfá

sábado, 6 de novembro de 2010

Segredos...
























Nossas almas
sussurram segredos
O teu peito ao meu colado...
enquanto nossas mãos
passeiam por nosso corpo
em caricias ousadas

Sinto-me desfalecer
a paixão toma conta de nós
Bocas se procuram
linguas traçam caminhos
Com volúpia e avidez

Arrepios que se espalham,
Suspiros entrecortados
enquanto os nossos
Corpos são saciados

Perfume do amor a invadir
Cheiro que purifica,
A dança do amor
Feita pelos nossos
corpos apaixonados

Maria Bonfá
06/11/10